Ah, esse mundo teimoso
Que não se contenta e insiste em girar
De um piscar se aproxima, de outro te deixa quando mais devia ficar
Ah, essa dor persistente
Que nunca desiste de me atormentar
Feito erva daninha invade
Sem pedir licença pra enraizar
Se não fosse essa força que tenho
Pra mais de mil vezes me recuperar
E o vigor nordestino de rijo pescoço
E rosto sempre para o ar
Não teria nem meia coragem
Pra, num golpe limpo e seco, puxar
Cada corda presa
Sei que tal ato, tão brusco e sem anestesia
Vai me maltratar
Mas que sangre minha superfície
Deixando meu cerne mais firme estar
Saro feridas com meus curativos
Que levam caneta e papel
Te confesso numa melodia
Que o gosto na boca ainda é fel
Bom pra fazer cicatriz
É saber que o sol nasce a cada manhã
Mesmo que meu sofrimento
Ainda venha em picos de febre terçã
Dito tempo, outrora maldito
Agora bem-vindo, na mão vem pegar
E isso tudo esparsar
Ah, esse mundo teimoso
Que não se contenta e insiste em girar
Me despeço pra tomar meu rumo correndo
Eu tenho que acompanhar
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