segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aviso a uma navegante



O que aflige as amigas me faz escrever...

E quando o coração aperta, espetado pelas lembranças duras de um passado luminoso que não voltará, é que se deve ter cuidado. Permanecer recluso nesse abraço angustiante é tentação alimentada pela natureza levemente masoquista e deveras nostálgica do ser humano. Agarrar-se a essa cela sem janelas, no entanto, é fechar voluntariamente os olhos para outros focos de luz, outras tantas cores que bailam à nossa volta como arco-íris em forma de tapetes mágicos, mil caminhos que nos levam às infindáveis botijas de ouro que são as bênçãos dessa vida. Mas teimamos em insistir naquela única que ficou pra trás. Abramos os olhos, os braços e a alma pra todas as possibilidades diante de nós colocadas. Não nos esquivemos da felicidade real, focando nossos esforços em espectros de uma alegria passada, pois, enquanto se assiste um filme velho pela centésima vez, há mil outros sendo rodados em cada esquina. Viver é andar sempre em frente, carregando as marcas do passado, mas sem se amarrar a ele. Até porque, nessas idas e vindas da vida, nesse labirinto que é o destino, com tantas encruzilhadas, há sempre o risco de dois caminhantes se cruzarem outra vez.

2 comentários: