
Que posso eu fazer
Se minha gaiola é teu palco
O teu templo, minha algema
Teu paraíso, minha prisão?
Como evito ir de encontro
À minha conduta romba
Quando eu, por mim, sou lâmina
Que lacera teu sonhar?
O que uso para escolher
Entre, aos prantos, ver-te aos cacos
Ou, num mundo de aparências,
Por vontade esfacelar
Aquilo que sou eu
Que não posso mudar?
Atordoa-me entender
Como minha humanidade
Desumana, te magoa
Nos opõe em um instante
Descobrir que ser punhal
É tortura impiedosa
Contradiz o que se prosa
Ser o fio dói demais
Se houver como, um dia
Demolir essa parede
Só a minha mão e a tua
Abrirão as nossas caixas
Desvendando como encaixam
Nossas farpas, sem ferir
Mas, enquanto não se faz
Vejo perder-se o esforço
Meticuloso, e em vão
Dos meus passos atraumáticos
Pois, em um segundo só
Após meu abrir de asas
Implodi a tua casa
Te matei ao respirar
Caramba,
ResponderExcluirCoisa linda!
AMEI muito!
Identificação total aqui!
bjooo
Meu Deus, que coisa linda!
ResponderExcluirParabéns, Nicole!