quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Adultecer



Viver nunca foi simples e, do jeito que as coisas nos são (im)postas hoje (a vida adulta, com todas as responsabilidades e decisões, aquele fardo de ônus com uma meia dúzia de bônus um tanto duvidáveis; os padrões de comportamento, que passam a ferro a personalidade de muita gente, e por aí vai...), fui passando pelo mundo meio frustrada, meio conformada, sem experimentá-lo como ele merece, como eu mereço.

Num estalo, me dei conta. Se a adolescência é aquela fase de viver intensamente, experimentar, correr o mundo que existe dentro e fora de mim, ah, então sinto muito: a minha está longe de acabar. Os gostos que não passaram pela língua, as cores que os olhos ainda não viram, as texturas que os dedos não tocaram simplesmente não me deixam em paz. Então, tão simplesmente quanto (mas não sem uma pitada de receio, culpa da senhora de meia-idade parcamente cultivada nos últimos anos), resolvi: a segurança fica pra outra hora, agora eu quero é me construir, me fazer uma colagem de cada uma das 30 meninas/mulheres que percebi que posso ser. No final, ou talvez já no futuro, a música da Ana será minha por personificação :

Um beijo.

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