sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lágrima

(Algo que saiu de dentro num dia conturbado. Espero que gostem...)

Aquece o coração, inflame ou afague. Como vapor d'alma, tamanha energia na ânsia de se libertar, difunde por todo, célula a célula, até a angústia, elástica, pra o centro de novo tudo puxar. Compacta em bolo, mas quente ainda, ascende a garganta, comprime o falar. Depois, então, logo abaixo da razão, alcança a esclera fria, que dá para o mundo duro. Intimidada, condensa, escondida no cantinho do olho. Toma coragem, rola no abismo. Leva consigo um pedaço, seja aresta aparada ou deixe um buraco. Inevitavelmente, seca, árido que é lá fora. No rosto, só rastro de água e sal. Por dentro, no entanto, sopra leve a brisa, das que reconfortam depois da tempestade.

(11/02/2010)

3 comentários:

  1. "No rosto, só rastro de água e sal. Por dentro, no entanto, sopra leve a brisa, das que reconfortam depois da tempestade."

    MASSA!!!!!
    a melhor frase certeza!!!!!

    =*

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  2. Engraçado mesmo como uma gota dá esse turbilhão de coisas dentro da gente. Daí lembro da frase: "Chooora, que faz bem!".

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