terça-feira, 15 de março de 2011

Três ângulos, quantas interrogações?

Sim, eu te escolhi.
Guardei num canto o que de meu tu não querias,
encantada por aquelas fantasias que vendias,
rendi-me aos teus encantos,
pausei meu viver por ti.

No teu seio mergulhei,
de olhos fechados,
ouvidos vedados,
sempre mais para o fundo.

E lá, no âmago, acordei.

Enxergando-te por dentro,
vi que no teu piso haviam voçorocas,
as paredes tão rachadas,
quase a ponto de ruir.

E eu, em meio a tantas pausas,
decidi ali morar,
fazer meu pão,
fincar meu lar.

Mil maneiras de fazer uma argamassa
que eu tentava, em vão, usar pra remendar
os abalos que não tinham meu dedo (será?).
Sozinha, não dava. Sozinha, não dá.

Agora, te confesso:
Como todo amante que se cansa de esperar,
Nos braços de outra fui buscar
Um refúgio, um afago, levitar de pensamento,
O sorriso no meu rosto e o dilema, o tormento.

Te afirmo, me recuso!
Não escolho, não excluo,
O sabor de cada uma me vicia.
Me esforço uma monta, juro que dou conta!
Só me deixa aqui, viver a três em harmonia

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